O novo disco do Capital Inicial mal chegou às lojas e já arranca elogios por todos os lados. 13º álbum de estúdio, 16º num total de 29 anos, Saturno resgata origem punk com sua sonoridade pesada e letras de protesto. O resultado é um álbum visceral e enérgico que remete aos mesmos sentimentos que naqueles anos idos na Brasília da década de 80. Quem dá o veredicto é o próprio vocalista, Dinho Ouro Preto.

“O que norteia nossa trajetória é buscar o entusiasmo que senti ao ver pela primeira vez o ‘Aborto Elétrico’, encontrar aquilo que nos fez gostar de rock, que nos fez sermos fãs de bandas de rock”, explica Dinho, referindo-se à banda brasiliense da qual os irmãos Fê (bateria) e Flavio Lemos (baixo) fizeram parte no início da carreira.

Saturno nasce da nostalgia e da renovação. A fim de continuar o legado do último álbum, Das Kapital, os músicos optaram por criar um disco de guitarra, baixo e bateria. Um trabalho onde a maioria das músicas nascem de riffs e seguem direto ao ponto, sem enrolação.

As influências literárias e cinematográficas estão explícitas em todas as 11 faixas que compõe o trabalho. A primeira delas, “O Bem, o Mal e o Indiferente”, remete diretamente ao clássico dos filmes de bang-bang “O Bom, o Mau e o Feio”, de Sergio Leone, e a letra traz referência ao livro “Cem Anos de Solidão”, do escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez.

“Apocalipse Agora” é filha indireta da obra-prima de Francis Ford Coppola e “Sol Entre as Nuvens” é um ode às maravilhas de Alice de Lewis Caroll: “Várias portas num quarto pequeno /Tenho que escolher qual delas vou abrir/Várias entradas, só uma saída/Acabei de chegar e já estou de partida/Vamos fugir pra algum lugar longe daqui”. Todas embaladas por guitarra, baixo e bateria em estado bruto.

No terreno de baladas ao estilo Capital Inicial, “O Lado Escuro da Lua” inaugura o disco e é o primeiro single a estourar nas rádios. No meio de tudo isso, temos a balada “Saturno”, que batiza o CD. Esta, simboliza os 29 anos que o planeta leva para dar uma volta em torno do sol, o mesmo tempo de vida da banda.

“Saquear Brasília” e “Apocalipse Agora” são as duas músicas que deixam claro o objetivo que a banda tem de protestar. As faixas escancaram a verve política da banda num punk rock à la Ramones. “O Cristo Redentor” é a síntese de um álbum composto na guitarra, com riffs no DNA. “Noites em Branco” e “Poucas Horas” também são dessas com guitarra distorcida, coro no refrão e jeitão de single.

Por fim, temos ainda “A Valsa do Inferno”, outra pauleira com mais quebras e condução melódica vocal. Some as 11 e terá um Capital Inicial novo, mas com a tradicional assinatura de estilo de três décadas.

Ficou curioso para conferir o resultado da combinação desses elementos? O disco já está à venda nas lojas especializadas de todo o Brasil e o download disponível no iTunes.